Série dinamarquesa na 4ª temporada. Capítulos com cerca de 45 minutos. Disponível na Netflix.
Existem muitas séries feitas por países de cultura diferente da nossa, como por exemplo as séries feitas na Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega. Aqui vamos sugerir a série Borgen, feita e passada pela TV aberta da Dinamarca. Aqui no Brasil ela está na plataforma Netflix. Borgen é o nome de um antigo palácio, onde acontece toda a política da Dinamarca.
A série é uma obra de ficção, mas que, como tem acontecido algumas vezes, antecipa o que a realidade vai mostrar. Um ano depois da primeira temporada de Borgen uma mulher, Helle Thorning-Schmidt ganhou o lugar de primeira mulher líder da política local, lugar que a protagonista da série também ocupa.
O regime político na Dinamarca é o parlamentarismo, mas tem Rei e Rainha. Na série, Birgitte Nyborg é uma deputada com discurso bem humanista e até tido como radical para os padrões políticos locais. Embora fosse improvável, ela cai no gosto da população e é eleita líder de seu partido. Para completar, seu partido vence as eleições gerais e Birgitte fica responsável pelo governo.
Daí em diante vamos ver como a vida pessoal dela vai se desenrolar – ou se enrolar – vamos ver como as pressões políticas e os bastidores a fazem rever suas posições e a faz sacrificar pessoas queridas em nome da governabilidade. Nós achamos que estas coisas só acontecem aqui... sim, acontecem aqui, sempre mais exageradas, mais violentas e com mais barroquismo do que em outros lugares do planeta.
É uma história bem contada, os cenários antigos e pesados do palácio de Borgen são bem trabalhados sem cansar o púbico. A série tem uma fotografia difícil porque são lugares apertados e não muito variados, e mesmo assim nem reparamos nisso. Várias cenas ocorrem nos corredores na área externa do palácio Borgen, outras cenas foram rodadas na praça dos poderes, área também exterior.
Boas personagens vividas por bons atores e atrizes, com diálogos inteligentes e ágeis prendem nossa atenção. Conflitos reais, pressões diversas e opostas, motivações claras e “da política”, descontentamentos na família, um enorme conjunto de dificuldades povoam a vida da protagonista e as relações entre as pessoas. A vida de Birgitte não é nada fácil, mas ficamos com ela nem sempre tão felizes assim.
A estética é discretamente diferente daquela mais norte-americanizada com a qual estamos mais familiarizados. É um ponto de atenção quando a virmos. O comportamento social dos dinamarqueses também é distinto daquele a que estamos mais habituados, tudo isso flui bem. Temos boas personagens para torcer e muitos dramas íntimos, familiares, ao mesmo tempo em que há dramas sociais, púbicos.
Experimente ver pelo menos a primeira temporada e depois decida o que fazer. É muito interessante ver em outros lugares, com outros hábitos, como se passam coisas que nos são familiares aqui. É uma série divertida e com boa carga de suspense. É um ótimo programa.